Este patamar é um dos mais altos dos últimos 10 anos, destacando a valorização consistente da commodity desde 2022.
O preço do cacau atingiu recordes históricos no mercado internacional e nacional em 2024. Na Bolsa de Nova York, a tonelada chegou a 10.202,50 dólares (cerca de R$ 62 mil), enquanto a arroba foi comercializada a R$ 925 nas praças de Ilhéus e Itabuna. Este patamar é um dos mais altos dos últimos 10 anos, destacando a valorização consistente da commodity desde 2022.
No mercado baiano, a arroba, que em janeiro de 2023 estava na faixa de R$ 650, apresentou uma escalada significativa devido à alta demanda global e à diminuição da produção em grandes polos como a Costa do Marfim. O aumento também foi impulsionado pela busca crescente por chocolate em mercados emergentes e desenvolvidos.
Ao longo da última década, a produção na Bahia enfrentou desafios estruturais. Apesar da recuperação após a crise da "vassoura-de-bruxa" nos anos 2000, problemas fitossanitários continuam a impactar a produtividade. Estudos mostram que o ressurgimento de pragas, como a podridão parda, e a falta de tecnologia em muitas fazendas dificultam uma resposta à alta dos preços internacionais.
Comparando com 2022, quando a tonelada de cacau foi negociada a cerca de 2.600 dólares (R$ 13 mil na época), o aumento expressa não apenas um momento de mercado, mas também a pressão sobre a oferta global. Especialistas apontam que a Bahia, maior produtora de cacau do Brasil, precisa de maior investimento em tecnologias modernas e suporte técnico para que pequenos produtores, responsáveis por 70% da produção, consigam competir melhor no cenário internacional.
Além disso, o setor público é chamado a atuar para consolidar o potencial do estado como polo de excelência, com o incentivo à pesquisa e ao uso de clones resistentes a pragas. Em 2023, a inclusão de cacau baiano no "Cocoa of Excellence" — uma premiação internacional de qualidade — destacou o valor estratégico da produção local para o mercado global.
Da Redação