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1 21/07/2017 20:30

A agressão contra mulheres é um dos maiores desafios do Brasil. Mesmo com a Lei Maria da Penha, promulgada em agosto de 2006, os índices de feminicídios continuam altos. De acordo com o Mapa da Violência de 2015, a cada 15 segundos uma mulher sofre agressão no País. E a cada 1h30 uma vítima morre.

O contexto é ainda mais grave quando se constata que 50,3% dos crimes de agressão foram cometidos por familiares, sendo que parceiros e ex-parceiros respondem por 33,2% dos casos. Para evitar o agravamento deste cenário, a JMM Tech lançou nesta semana o aplicativo Musa (Android, iOS) que permite que qualquer mulher alerte uma pessoa quando está prestes a sofrer violência.

“Nunca ou quase nunca o homem é preso. Mesmo com a Lei Maria da Penha, pois ela só considera casos em flagrante”, explica Ernani Machado, fundador e presidente da empresa. “E briga entre marido e mulher é o último item da fila de atendimento da polícia. Não por culpa ou descrença deles, mas por falta de recursos”.

Falta de apoio

Questionado se teve algum apoio para a criação do app, Machado revela que sua empresa criou o aplicativo sozinho, sem apoio de ONGs ou governo. No entanto, espera que uma vez lançado seu uso seja ampliado e bem difundido na sociedade brasileira com apoio de marcas e empresas.

O executivo ressalta que o app em si foi criado em 2014, após análise de sua empresa junto ao Ministério da Justiça. Ele  esperava doar a tecnologia do Musa (um acrônimo para Mulher Salva) para o Ministério, mas a burocracia atrasou o processo, levando-o a lançá-lo por conta própria.

Enquanto o Musa não recebe apoio no Brasil, Machado pretende levar o app para outros países. Serão lançadas versões para usuárias do Reino Unido, Suíça e Alemanha nos próximos três meses, com apoios locais.

Como funciona

Após preencher os dados dela e do agressor, a usuária pode indicar um ou vários “anjos da guarda” para receberem as informações em tempo real, com hora, local etc. As informações são transmitidas por meio de um botão de alerta dentro app. Em iPhones, a emergência poder ser emitida por dois toques no botão de volume quando o app está ativado.

Por sua vez, o Anjo da Guarda (Android, iOS) tem o seu próprio aplicativo. Nele, a pessoa pode acompanhar as agresões sofridas por uma ou mais mulheres, e alertar as autoridades.

O app do Anjo também poderá ser usado por policiais. E, além disso, existe uma opção para a central de monitoramento via web de batalhões policiais e seus comandantes receberem localização da vítima, dados do agressor e o áudio do ataque.

Botão de emergência

Ernani Machado ainda foi perguntado sobre um possível problema que o aplicativo pode ter em smartphones Android, pois não existe botão de emergência para esses handsets, com a usuária precisando acionar o botão diretamente pelo app. O presidente da JMMTech reconhece que isso é preocupante. Ele explica que o Google oficialmente não permite a utilização do botão emergencial em seu sistema operacional. Contudo, pediu à empresa norte-americana uma diretriz de exceção para liberar seu uso devido à natureza do app. “Acreditamos que em duas semanas, eles (Google) podem liberar essa diretriz especial”, completa Machado.

Segurança total

Além da proteção para mulheres contra agressão em seu cotidiano, o executivo da start-up mineira ressalta que o app deve ganhar novas funções para garantir “a segurança total das mulheres” no dia a dia. A ideia de Machado é que o aplicativo seja usado também para evitar assédios e tentativas de estupros.

Ele cita como exemplo um estudo recente do Datafolha que revelou que 22% das mulheres sofreram algum tipo de abuso físico no uso do transporte público. Para protegê-las, o app ganhará novas funcionalidades até o final do ano. Porém, Machado preferiu não revelar maiores detalhes por enquanto.

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