Pessoas que completaram o esquema vacinal de duas doses com CoronaVac e depois foram infectados pela variante delta da Covid-19 estão protegidas contra a cepa ômicron, segundo estudo publicado na plataforma de preprints Research Square.
Segundo pesquisadores, a efetividade de neutralização da vacina é 14 vezes maior na comparação com quem não recebeu a imunização. Já quem teve a doença mas não tomou a vacina não apresentou a mesma proteção.
Os cientistas avaliaram a atividade neutralizante de soros coletados de dois grupos de pacientes previamente infectados pela variante delta.
O primeiro grupo, formado por pessoas de 18 a 77 anos, havia sido vacinado com duas doses da CoronaVac. Já o segundo grupo, com pessoas de nove a 17 anos, não havia sido vacinado. Todos foram infectados durante um surto da delta entre outubro e novembro de 2021 na cidade de Shijiazhuang.
As amostras analisadas na pesquisa foram coletadas entre 47 e 53 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. As avaliações foram feitas em relação à cepa original de Wuhan e às variantes beta, delta e ômicron.
“Descobrimos que os níveis de anticorpos contra a cepa original de Wuhan e contra a variante ômicron no grupo vacinado foi significativamente maior do que o observado no grupo não imunizado”, apontaram os pesquisadores.
"É importante ressaltar que, após a vacinação, os pacientes com a infecção delta induziram efetivamente um aumento substancial na neutralização do soro contra o vírus de Wuhan e a variante ômicron".
No grupo vacinado com CoronaVac foi observado que a infecção com delta após a vacinação aumentou a resposta de anticorpos contra a cepa de Wuhan para 3.942 (títulos), sete vezes mais do que o observado no grupo não-imunizado.
Já a resposta de anticorpos contra a variante delta foi de 1.160 (títulos). Com relação à ômicron, a efetividade de neutralização foi avaliada em 269 títulos de neutralização, ou seja, 14 vezes maior do que o resultado do grupo convalescente não-vacinado.
Os ensaios foram realizados com pseudovírus da cepa original de Wuhan e das variantes beta, delta e ômicron. Pseudovírus são elementos que podem ser produzidos naturalmente durante uma infecção ou artificialmente em laboratório.
Comparado a um vírus vivo, um pseudovírus contém fragmentos de DNA da célula humana infectada pelo SARS-CoV-2 sem conter componentes genéticos do vírus, o que torna sua manipulação muito mais segura.
Fonte: A Tarde