O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, fez um pedido público de desculpas nesta segunda-feira (2/8) à Chef do restaurante Preta, situado na Ilha dos Frades, Angeluci Figueiredo, após tê-la xingado através de mensagens de Whatsapp depois de ter reserva cancelada no domingo (1º/8), devido ao mau tempoe recomendação da Capitania dos Portos da Bahia.
"Por mais cuidadosos que sejamos, ao longo da vida cometemos erros que podem atingir as pessoas. Peço, portanto, desculpas à empresária e artista da gastronomia baiana, a Chef Angeluci Figueiredo, pelos comentários inadequados no último domingo, em circunstâncias injustificáveis, enviados por mensagem privada", afirmou em nota no Twitter, o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Villas-Boas, após a repercussão do caso.
A chef Angeluci Figueiredo compartilhou as mensagens nas redes sociais, que viralizou.
O secretário de Saúde relatou o episódio também usando as redes sociais. "Tendo reservado um almoço especial com os familiares e amigos do exterior com a devida antecedência de 48h, uma enorme frustração momentânea me levou, tomado de emoção, a dizer o que disse. Conto com o perdão de todos que se sentiram ofendidos, pois sempre pautei minha vida na verdade, honestidade e acolhimento", completa.
Após encontrar o restaurante fechado, o secretário ofende a chef e a chama de "vagabunda" através de mensagens no aplicativo.
A Capitania dos Portos, em virtude da instabilidade do tempo e das variações do vento na Baía de Todos os Santos, no fim de semana, recomendou a restrição de navegação em todo o entorno, incluindo a Ilha dos Frades. Com isso, a chef explicou que o restaurante ficou fechado e cancelou o atendimento.
Nas mensagens, Fábio Vilas-Boas reclama: "Esqueça de me ver de novo aqui. E ainda paguei 350 reais pra desembarcar... Recebe 30 mil de mesada de Suarez e não precisa trabalhar", diz. "Amigo o c@#@$#0! Vagabunda", escreveu o secretário no aplicativo de mensagens Whatsapp em resposta à chef.
Angeluci afirmou que o secretário é "racista" e "misógino". "O que autoriza uma autoridade, no exercício de uma função pública das mais relevantes do estado - a de secretário de Saúde do Estado da Bahia, e durante uma pandemia, o que torna a sua função sinhá mais responsável - chamar uma mulher de VAGABUNDA?", escreve.
Após reiterar que o restaurante foi fechado devido às condições climáticas, a chef desabafa. "Os tempos mudaram. Inexistem contextos que justifiquem essa relação de senhor e vassalo. Eu não sou vagabunda. Sou uma mulher digna, honrada, profissional, empresária, geradora de empregos e com uma árdua rotina de trabalho, física, inclusive, para realizar um sonho e um projeto de oferecer aos meus clientes um serviço de qualidade. Mas não de qualquer jeito: só quando as circunstâncias me permitem".