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1 29/11/2019 15:20

A menor incidência do aparecimento de manchas e fragmentos de óleo ao longo da costa brasileira motivou o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto pela Marinha, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a reestruturar suas ações de monitoramento, contenção e limpeza do produto poluente, que já atingiu a todo o litoral do Nordeste, além de trechos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro.

Segundo o coordenador operacional do grupo, almirante Marcelo Francisco Campos, há 19 dias não são encontradas manchas de óleo bruto no mar. Além disso, a quantidade de fragmentos que continua chegando às praias, mangues, costões e outros habitats naturais é, proporcionalmente, cada vez menor. O Ibama, no entanto, informou que o número de localidades atingidas não para de aumentar. Relatório divulgado, hoje (30), pelo instituto, informa que vestígios do óleo já foram encontrados em 803 pontos do litoral.

“Vivemos um momento de estabilidade. O que chega às praias, hoje, é residual. E as localidades atingidas são prontamente limpas”, disse o almirante, assegurando que pesquisadores que participam dos grupos de trabalho que dão suporte às ações do GAA estão avaliando os reais impactos ao meio ambiente. Segundo o militar, o contínuo aumento do número de localidades atingidas se deve à fragmentação do óleo e a sua dispersão no mar.

“O que está tocando as praias, hoje, é praticamente vestígio. O que nos leva a afirmar que estamos vivendo um período de estabilização. Não descartamos a hipótese de que, com a ação das marés, algumas manchas do óleo que pode estar depositado em bolsões [submersos] aflorem e cheguem às praias”, disse o almirante, citando o caso do Rio Persinunga, na divisa dos estados de Pernambuco e Alagoas. “Ele tinha sido dado como limpo. Quando mergulhamos, verificamos que havia cerca de duas toneladas de óleo no leito do rio”.

Na prática, a reformulação do plano de trabalho significa a transferência do comando do GAA de Brasília para o Rio de Janeiro. Com isso, as embarcações e aeronaves pertencentes às Forças Armadas voltarão às suas bases, com as do Rio de Janeiro permanecendo de prontidão, em condições de serem empregadas caso haja necessidade.

O Comitê de Suporte ao Monitoramento das Manchas de Óleo, que integra o GAA, foi transferido para a capital federal em 26 de outubro, para “ampliar a capacidade de comando e controle das ações desempenhadas pelos diversos órgãos componentes do GAA”.

De acordo com o coordenador do grupo, o retorno ao Rio de Janeiro reaproximará o comando da operação dos meios empregados na operação. “A presença próxima à esquadra [no RJ] vai nos ajudar, já que o comando da operação é feito pela Marinha. Vamos voltar a usar os centros locais para combater e manter as praias limpas e empregaremos a mobilidade da esquadra que fica no Rio de Janeiro caso haja uma recorrência mais grave”, disse o almirante.

Na fase atual, agora prevista para ser encerrada no dia 20 de dezembro, mais de 10 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, além de 5 mil servidores e funcionários de vários órgãos federais e da Petrobras foram empregados nas ações de remediação e mitigação dos vestígios do óleo, incluindo as limpezas dos habitats atingidos; patrulhas navais e destinação de parte dos cerca de 4.7 mil toneladas de resíduos recolhidos desde o dia 2 de setembro. Estão sendo usados na operação 37 navios e 22 aeronaves.

Segunda fase

Prevista para ter início no dia 20 de dezembro, a segunda fase da Operação Amazônia Azul concentrará esforços nas ações de manutenção e controle, conduzidas por equipes locais. “Vamos fazer a movimentação do GAA em face de adaptar à estrutura atual à situação de ocorrências e recorrências que estamos vislumbrando. Vamos também racionalizar o emprego de recursos, mantendo a capacidade de atuação”, disse o almirante Marcelo Campos, garantindo que, em função da situação, operações tradicionais, como a Aspirantex e a Verão, enfatizarão o monitoramento da costa brasileira e, se necessário, o combate à poluição ambiental.

De acordo com o almirante, no inquérito administrativo que conduz, a Marinha já descartou a hipótese de ter ocorrido uma exsudação, ou seja, que o óleo tenha fluído por uma rachadura no solo oceânico. Além disso, a probabilidade do produto ter vazado de um navio naufragado é baixa.

“Naufrágio recente nós não temos [registro de] nenhum. Poderia ser um antigo e estamos analisando até mesmo naufrágios antigos, da época da Segunda Guerra Mundial. O mais provável, no entanto, é que [o derrame de óleo esteja associado] ao trânsito de embarcações e a um derramamento, acidentalmente ou não”, disse o almirante, revelando que o navio grego Bouboulina continua entre as embarcações investigadas.

Agência Brasil







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