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1 21/10/2019 16:02

A realidade da maioria dos brasileiros que estuda em faculdade particular é o início da vida posterior à graduação já com dívidas decorrentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), da Caixa Econômica Federal (CEF). No Brasil, até setembro deste ano, foram registrados 1,1 milhão de contratos em fase de amortização, ou seja, com pagamentos pendentes. Já a inadimplência superior a 90 dias existe em 56% dos contratos.

Com isso, a CEF tem um débito de quase R$ 16 bilhões só com contratos inadimplentes do programa de financiamento estudantil. O líder do ranking nacional é o curso de direito da Faculdade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, que soma quase R$ 97 milhões em débitos de estudantes.

Na Bahia, esse valor é de R$ 1,1 bilhão em dívidas do Fies. No estado, a Faculdade Estácio FIB (Centro Universitário Estácio da Bahia) lidera a lista das instituições com maiores valores a receber da Caixa Econômica, com pendência de mais de R$ 108 milhões. Já na lista de cursos baianos, o de enfermagem da FIB ocupa a primeira posição, com dívida de R$ 23,2 milhões.

A Universidade Paulista (Unip) é a que mais tem estudantes com atraso no Fies, somando dívidas no valor de R$ 750,5 milhões. Na instituição, o curso de engenharia civil é o que reúne maior número de contratos inadimplentes (1.738), com débitos que ultrapassam a R$ 66 milhões. Só a dívida da Unip corresponde a 5% do total de inadimplência do país.

Geração endividada
Os Estados Unidos é o país com maior número de recém-formados com dívidas provenientes de financiamento universitário. De acordo com o Banco Central americano, 40% da população com nível superior nos país se debatem com algum tipo de empréstimo, com dívidas que superam US$ 1,5 trilhão (R$ 5,86 trilhões).

Segundo especialistas, o Brasil já caminha para um cenário preocupante, uma vez que os cursos que ocupam as primeiras posições no ranking de débitos com o Fies não apresentam boas perspectivas no mercado nacional, muito em razão da crise. São eles, as engenharias, enfermagem, educação física, odontologia, serviço social, direito, entre outros.

O diretor-executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Sólon Caldas, afirmou que o total de dívidas do Fies é alto em razão da crise econômica, do corte de recursos e também das reestruturações feitas no fundo ao longo dos anos.

O Fies é dividido em três diferentes modalidades, sendo a primeira direcionada aos que possuem renda de até 03 salários mínimos. Esta será operada com exclusividade pela Caixa Econômica Federal, podendo as demais serem operadas por todas as instituições financeiras, inclusive a CEF.

No último dia 10 de outubro, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Econômico (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC), encerrou o prazo para renegociação de dívidas do Fies, com valores renegociados de contratos inadimplentes concedidos até o segundo semestre de 2017, que estejam na fase de amortização e com atraso mínimo de 90 dias no pagamento.

 

 

 

 

 

 

 

*BNews







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