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1 06/01/2019 20:04

Os peixes têm aparecido mortos ou se debatem na água suja do esgoto, que é despejado na Primeira Praia, uma das mais frequentadas

Cristina Pita

Uma das ilhas mais conhecidas e movimentadas da Bahia está sendo alvo de críticas e reclamações de moradores, veranistas e turistas. Morro de São Paulo, em Cairu, na região do baixo sul da Bahia, conhecida como Costa do Dendê, além das belezas naturais, também tem esgoto a céu aberto.

Em Morro de São Paulo, que recebe em média 300 mil turistas na alta estação, a cadeia do turismo possui 12 mil leitos em 220 estabelecimentos para hospedagem e 125 bares e restaurantes, com geração de 4 mil empregos.

Às vistas de turistas e moradores, esgotos clandestinos jogam dejetos no Riacho da Biquinha, que deságuam na Primeira Praia, uma das mais frequentadas por turistas por ser a mais próximo da Vila. 

O mau cheiro no local é intenso e peixes têm aparecido mortos no local. "É um córrego de água fétida indo para o mar e saindo de uma galeria de esgoto. Os peixes se debatem e morrem. Eles podem ter descido do riacho ou os que ficam às margens da Praia acabam morrendo contaminados", disse o arquiteto Alberto Olivieri, que mora em Salvador e todos os anos veraneia em Morro de São Paulo, onde a família tem uma casa.

Moradores e donos de pousadas reclamam também dos esgotos que estão voltando pelo ralo de banheiros e da falta de investimento no patrimônio histórico, mesmo com a Prefeitura de Cairu cobrando dos turistas tarifa de R$ 15 para entrar no Morro, desde o final de 2017.

A tarifa, segundo prepostos da Prefeitura, “é destinada a manutenção, restauração e preservação do patrimônio histórico, cultural, ambiental e estrutural do arquipélago, e as condições ambientais e ecológicas da Área de Proteção Ambiental (APA) Tinharé”.

Segundo a Prefeitura de Cairu, a Tupa visa a “assegurar a manutenção, restauração, e preservação do patrimônio histórico, cultural, ambiental e estrutural do arquipélago, bem como as condições ambientais e ecológicas da APA Tinharé”.

Para a Prefeitura, a Tupa “é respaldada na Constituição Federal, a qual atribui ao Município a manutenção dos bens públicos, e no Código Tributário, que assegura cobranças de tarifas similares, a exemplo dos conhecidos pedágios, como uma forma compartilhada de garantia de tais serviços”.

R$ 15 para manutenção do Morro

A curiosidade em saber com que está sendo gasto o valor arrecadado pela Prefeitura de Cairu por meio da Tarifa por Uso do Patrimônio do Arquipélago (Tupa), válida desde 1º de novembro de 2017, é geral. Ela se estende a outros moradores da Ilha de Tinharé, onde está localizado o Morro de São Paulo.

Além da falta de cuidado com o lixo, jogado em área ambiental, moradores reclamam da ausência de investimentos na manutenção da Fortaleza de Tapirandu, que está com paredes rachadas e portões enferrujados.

Através de uma galeria, que informaram ser uma extensão do emissário construído há anos em Morro de São Paulo, o esgoto deságua por baixo de uma pequena ponte de madeira improvisada e cai direto na Primeira Praia.

Embasa explica

A  Empres Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) informou, através da assessoria, que o córrego da Biquinha, que deságua na Primeira Praia de Morro de São Paulo, recebe esgotos clandestinos.

A concessionária explicou ainda que a cobertura de rede de esgoto em Morro de São Paulo é da ordem de 90%, ‘mas ainda há moradores e empresários que lançam esgoto no córrego’.

A Embasa garantiu que em parceria com a prefeitura e a Associação Comercial e Empresarial de Cairu (Acec), trabalha, de forma conjunta, em ações que visam a despoluição do córrego e que o emissário de Morro de São Paulo não está funcionando normalmente.

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