Notícias

1 11/12/2018 17:50

Geovana Lohan

Com a supervisão da Editora, Cristina Pita

A advogada da Justiça Global, Raphaela Lopes, durante entrevista a Itajay Junior, da Rádio Andaiá FM, falou sobre o andamento dos processos que envolvem os responsáveis pela explosão da fábrica de fogos de artifício, que causou a noite de 64 pessoas e deixou cinco sobreviventes com graves sequelas, em 1998. A tragédia completa 20 anos nesta terça (11/12). "Durante 20 anos temos uma situação que é muito vergonhosa, pois é uma completa ausência de respostas para as vítimas e seus familiares em relação a reparação e a responsabilização pela explosão", lamentou a advogada.

Raphaela Lopes informou que o caso tem ações civis, trabalhistas, criminais e administrativas, mas nenhuma delas foi finalizada com resultados efetivos. "Nenhuma dessas ações tiveram respostas até o momento", ressaltou. Na manhã de hoje, a advogada e outros representantes da Justiça Global, do Movimento Humanos Direito e do Movimento 11 de Dezembro participaram de uma reunião no Ministério Público, em Salvador, para obter respostas sobre o caso. "Essa ida a capital teve o intuito de pressionar o Ministério Público para que eles adiantem essa resolução da ação criminal", explicou Raphaela, acrescentando que 'o objetivo principal foi para apurar a responsabilidade do estado brasileiro como um todo em relação a violação dos direitos humanos das vítimas e seus familiares'. "Esse dever do estado que não foi cumprido diz respeito tanto a explosão da fábrica em si, a ausência de fiscalização, negligência do estado, quanto também a ausência de resposta judicial efetiva", esclareceu.

A advogada relata que alguns dos sobreviventes da explosão até hoje possuem 'feridas abertas e ainda estão aguardando indenizações para receberem cuidados médicos, sem contar as feridas internas dos familiares que perderam seus entes queridos. “É vergonhoso que 20 anos depois o estado siga tão ativo na ausência de respostas. Nem a reparação física das vítimas eles deram, que tinha que ser imediato. É vergonhoso", lamentou a delegada Raphaela Lopes.

Em 2006 houve um acordo judicial pela própria nação brasileira com o Ministério público. "Se esse processo fosse resolvido com o acordo de 2006, não teríamos que ir para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, onde se apura de fato a responsabilidade", explicou Rafaela Lopes. Ela garante que assim como o estado da Bahia terá suas obrigações para cumprir com os familiares, o município de Santo Antônio de Jesus também. "Estamos muito confiantes. Temos certeza que depois dessa pressão vamos sair vitoriosos e vamos alcançar reparações para as famílias e para as vítimas. Poderemos também evitar que outro caso como esse venha acontecer", finalizou a advogada.

A partir das 13h acontece a coletiva de imprensa na Igreja da Ascensão do Senhor, em Salvador, com autoridades e partes envolvidas. Devem participar das atividades, além do ex-deputado Yulo Oiticica, o vereador de Salvador Luiz Carlos Suíca (PT), o deputado eleito Mario Jacó (PT), o defensor público geral da Bahia Clériston Cavalcante de Macêdo e membros da ONG Justiça Global, do Rio de Janeiro, e do Movimento Humanos Direitos (MHUD).

 

 

 

 







Av. Governador Lomanto Júnior - Edifício União Empresarial Center, nº 23 - Centro - Amargosa/BA.
Tel.: (75) 3634-3239 (Whatsapp) - A Rádio que você ouve, a rádio que você FAZ!
© 2010 - Rádio Vale FM - Todos os direitos reservados.